
APRESENTAÇÃO

Ao longo da sua trajetória a Artehúmus trabalha, majoritariamente, com dramaturgia própria e em constante devir – características que dão aos integrantes do coletivo a possibilidade de modificar quaisquer elementos da cena durante o processo de criação para fundamentar seus discursos poéticos e políticos.
O constante devir, ainda que se assemelhe aos expedientes de um processo colaborativo, nos distancia dessa prática porque acumulamos funções na criação do espetáculo e, principalmente, porque consideramos a possibilidade de redimensionar a cena mesmo depois de o espetáculo finalizado.
É comum adentrarmos em um espaço inusitado ou não e modificar o que criamos a partir das afetações originadas pelo local da representação, em função da relação com o espectador, bem como pelas interferências do real no momento das apresentações. Por conta desse conjunto de precipitações que ambicionam afetar e ser afetado, denominamos a nossa prática de dramaturgias em processo.
Para abarcar os princípios ideológicos que norteiam nossa arte, investigamos uma série de expedientes que alteram a recepção do espetáculo: a topofilia enquanto carga semântica presente no local da representação, em microterritórios e na arquitetura; a estrutura aberta, a estrutura descoberta, a estrutura ausente; as relações proxêmicas em relação ao espaço e ao espectador; o espectador emancipado, o espectador ficcional, o espectador ignorado, o espectador cúmplice da cena; os conceitos de figura, criatura monstruosa e de performatividade, os quais não separam ficção e real. Quer saber mais sobre esses expedientes poéticos e autores de referência? Acesse a as nossas Publicações.
A seguir disponibilizamos histórico de nossos espetáculos, os quais foram gerados (inicialmente, de modo intuitivo e depois, de modo consciente) com a intenção de alargar caminhos à recepção da obra e a relação com o espectador, depositando neste último o status de sujeito capaz de construir dramaturgias e reflexões próprias:
Explode seiva bruta (1987-1990)
No reino de Carícias (1990-1994)
Pingo pingado, papel pintado (1992-1995 e 2005-2006)
Dandara, o marinheiro (1995)
Antes de dormir (1997)
Campo de trigo (2001 e 2003)
As relações do Qorpo (2003 e 2005)
Evangelho para lei-gos (2004)
Espetáculos em repertório:
Amada, mais conhecida como mulher e também chamada de Maria (2007-2010 e 2015)
Ohamlet - do estado de homens e de bichos (2012-2013)
O desvio do peixe no fluxo contínuo do aquário (2014)
Neverland ou as (In)existentes faixas de Gaza (2015-2016)